terça-feira, 15 de maio de 2012

Porque se aproxima mais um Festival dos Cabeleireiros na Figueira da Foz,uma saudação para os meus colegas Claudia Mata e Joaquim Pinto..

Diz-se que a humildade em demasia é uma das espécies de orgulho, subentende-se feio. Estas minhas palavras vêm a propósito de quê ? Sim, há um motivo.
Pela mão do meu amigo Joaquim Pinto, com estabelecimento de Barbearia em Lisboa, um homem de êxito na profissão, e também um apaixonado por arte, nomeadamente antiguidades criou até um Museu de objectos que desde há muito eram usados nas barbearias, e também guarda outros, propriedade de pessoas que gostavam de ter os seus próprios utensílios. "Transportou" para o seu blog muitas destas peças, e também periodicamente tem feito exposições em várias localidades. Pois eu dizia que pela mão deste amigo, conheci uma a Cláudia Mata especializada nas artes da beleza, e da saúde em relação ao cabelo à pele, enfim uma constante estudiosa destas artes. Ela é brasileira, e como tal é alegre, comunicativa e, exuberante. Há dias teceu-me vários elogios e terminou com a afirmação de que eu tinha uma vida profissional linda... E agora eu pergunto-me, quem é que não gosta que digam bem de si próprio ? Claro não sou excepção.
E na verdade eu cheguei aos 60 e 11, ainda interessado em me colocar ao lado daqueles que inovam, que trabalham com gosto, e por isso continuo a deslocar-me periodicamente aos locais onde se aprende com os grandes criadores, pois ser cabeleireiro ( penso eu ) não é só pegar numa tesoura ou navalha, e cortar cabelo.
Porém não consigo deixar de olhar para trás, e recordar os tempos difíceis da minha infância, pois ainda estava na escola e já ia umas horas para uma barbearia. Dantes era assim. E também recordarei sempre que em casa eu tinha comida, matava-se o porco, havia feijão e milho e hortaliça, havia fartura, mas nada de luxos. Havia broa sempre, mas pão só ao pequeno almoço. Então a minha mãe dava-me 50 centavos para eu comprar um pão,mas com a recomendação "não gastes tudo" ...
Pela vida fora subi como soi dizer-se a pulso, tive momentos difíceis,-mas também muitas realizações compensatórias. A minha mulher quando eu por vezes me lamento, quando digo que a vida vale pouco,etc, diz-me " quando ias pentear em festivais e eras aplaudido... já esqueceste os sons dessas palmas ? E quando por igual motivo viajavas para o estrangeiro e continuas. E mesmo no dia a dia no salão, quando as Sras. esperavam horas para lhe fazeres um corte ? " Isto são palavras dela, mas de facto é verdade. Só que agora já tudo passou, fiquei gordo, as pernas pesam e os seus relevos acusam muitas horas de pé. Mas ainda estou vivo.
Obrigado Claudia, tens razão foi bonito mas deixou marcas de um tempo em que não existiam subsidios ,os homens e hulheres valiam pela sua luta constante no dia a dia

2 comentários:

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