O rádio estava numa elevada prateleira e ninguém tinha autorização de lhe fazer rodar os botões. A luz electrica só volvidos muitos anos chegou ao meu lugar, já eu tinha abalado para a Figueira da Foz, por isso o rádio do ti João, funcionava com uma bateria e saldou-me por um enorme avanço da tecnologia, naquele tempo, 1947/ 48. A mercearia e taberna do ti João, parecia o" Pingo Doce "nos atuais dias, vendia de tudo o que se vendia naquela época , sobretudo vinho e bagaço, grandes pipas, que davam de beber a famílias necessitadas e que assim faziam dormitar os seus sofrimentos
As noites eram alumiadas por candeeiros a petróleo e recordo do medo que sentia na escuridão por caminhos enlameados, segurando numa das mãos um candeeiro de curral, suspenso por uma argola, parceiro único nos fantasmas da noite, Foi neste turvo mundo, em que o meu povo dormia, comia, padecia, ria e berrava, ora na luz natural dos dias, ora em noites escuras e da brutalidade do meu destino, que nasceu a minha simpatia pelo Benfica, escutando os relatos da bola, uma prenda da saudosa Mãe Olivia Cavaleiro.
Por minha experiência é excelente que eu perceba que venho de um principio, em que tive o meio a caminho do fim. Ainda com muitas duvidas e alguma esperança, tal qual está o Benfica de hoje, onde as competências e organização, estão envolvidas no mistério e fantasmas da noite !!!
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