sábado, 26 de abril de 2014

25 de Abril. Caras Direitas, com memórias de um povo.

As celebrações do 25 de Abril aconteceram por todo o lado, também em Buarcos, nos Caras Direitas. Foi uma noite cheia de cantigas e poesias, o poeta eleito numa noite de grande significado, foi Manuel Alegre, um ou outro poema de Régio,Gedeão, mas o socialista que ninguém cala, é que foi a figura da noite. Tenho de contestar o esquecimento dos outros poetas, os comunistas, que também lutaram contra a noite escura do fascismo, hoje a noite também está escura, tanta a corrupção e os que se aproveitaram para fazerem ilícitas riquezas, enfim, mas isso fica para outra ocasião.  Não sei quem organizou a festa, se são da direita ou da esquerda, mas isto cheirou-me a birras de partidos, o que é mau, quando o que se festejava ali era uma data inesquecível que não tem donos e é de todos os homens e mulheres deste país. Que nenhum partido sem vergonha venha chamar a si  a propriedade de uma data que jamais poderá ter donos, porque muitos correram riscos de vida por mim e por um país que sofreu e assistiu a uma guerra estúpida  onde morreu o melhor que uma Pátria tem, a sua juventude. No 25 de Abril temos que reconhecer todos os que contribuíram para que sejamos hoje livres de viver sem  perseguições e ódios, sem a tragédia de uma policia politica responsável por tanta atrocidade. No filme apresentado durante a noite vimos os presos a deixarem a prisão  de Caxias.Que mal fizeram aqueles homens ou mulheres para serem presos, torturados e mortos? Pensarem pela raiz do pensamento?Todos sabem da minha posição sobre regimes comunistas, com os meus ideais e sentimentos de solidariedade não apoio regimes que enchem as prisões de opositores. Jamais me calo sobre aquelas  prisões, em função do respeito pelas causas sociais e humanas. Penso que os poetas comunistas deviam ter sido lugar também na bonita festa dos Caras Direitas. O talento dos poetas não deveria ter partidos. Deveríamos ter para com essas pessoas um sentimento de gratidão, hoje, que vivemos num país sem grades e botas cardadas. Além disso se alguém sofreu nas prisões e morreu nelas foram os comunistas, foram eles que abriram portas para tenhamos hoje liberdade para nos expressarmos à vontade. Em celebrações destas não deveria haver lugar para o bafio antidemocrático. Abril não tem donos.

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