No meu lugar de gentes antigas, Casal Novo do Rio, Montemor, costumava escutar dos homens sérios daquele tempo, uma frase que significava prudência e o sentido da sua causa e do seu efeito, ou seja. Quem não se sente não é filho de boa gente. Eu senti e fiquei a pensar,( sem falsas modéstias) se a minha opinião sobre o belo espetáculo,( publicada integralmente no seu blogue ) que me honrou, é certo, se justificava tão elevada atenção por parte do Sr João Catavento . As Mulheres Heróicas da Cova Gala, meu caro Sr João Catavento, são as minhas mulheres que me carregaram ao colo, embora noutro caldo social pelos campos do mondego, enquanto que na Cova Gala, a heroicidade foi a mesma, na linguagem e no caracter forte nas dificuldades e que tiveram o mesmo amanhecer e um anoitecer digno de nos curvarmos e sentindo-as como nossas, no limite do trabalho e do sofrimento, por um pedaço de broa e uma sardinha.
Claro que já sabia do mar e das praias, quando cheguei á Cova Gala, já lá vão 10 anos, mas faltava-me a parte que me tem vindo a marcar a minha sensibilidade e o sentido da vida, ou seja, a realidade das mulheres e homens do mar, as suas lutas pela sobrevivência, os sacrifícios dos pescadores que traziam do bacalhau, uma mão cheia de coisa nenhuma.
Reconheço a sua atenção, mas repare que estamos no mesmo barco do que somos e sentimos o que foram as nossas gentes e o que representam para nós os exemplos que nos deixaram.
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