terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Os Natais da minha infância.

Foi num lugar, Casal Novo do Rio, a dois passos de Montemor-o-Velho, que os Natais se passaram e se festejavam à luz do petróleo, ainda não tinha chegado a luz eléctrica, muito menos a água canalizada.O Mondego beijava o lugar, com as suas límpidas águas e a variedade de peixes era imensa, mas o lugar tinha só caminhos e no inverno as botas de cano alto, quem as tinha, enterravam-se na lama e tropeçavam nos seixos lavados por intensas chuvas.
O meu lugar ainda o tenho dentro de mim neste Natal que se aproxima, tão modesto e imensamente colorido naqueles Natais alvoraçados da minha inocência, por tão pouco ter e tanto sonhar. E sonhava porque tinha o privilégio de ter família, tal como hoje já avô, e isso foi um suporte emocional para o resto da vida , num lugar escuro,tremendamente escuro nas noites longas de inverno.

As pessoas do meu lugar vestiam as melhores roupas, quem as tinha, e caminhavam a curta distância para assistir á missa em Montemor, beijar o menino Jesus e visitar depois o presépio na Vila, ao longo da tarde. Preenchiam assim a festa das famílias e a minha inocência num lugar onde nada existia, mas o Natal sempre se viveu com a alegria própria dos humildes, já que a luz do sol foi esperança e contentamento num lugar que hoje recordei e que sempre me acompanhou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por comentar as minhas ideias.Volte sempre!