sábado, 1 de agosto de 2015

O vento me leve se tenho inveja dos ricos,


Sinto alguma leveza em desprezar-me com a banalidade daquela frase que me parece inocente e subtil, mas o vento tem as suas razões, enquanto eu tenho as minhas  Quando agita  as arvores e as folhas sem vida, acabam por cair e não magoar ninguém, a caminho das lixeiras, porque é esta a função da natureza, também vivendo para morrer, se em vez do ódio, prefiro banalizar-me e menos sofrer, olhando á minha volta outras magias que o dinheiro poderia propocionar.
O vento sopra forte, hoje ou amanhã? É  capaz de me sacudir a caspa do cabelo, que doentiamente seboso, vai morrendo um pouco todos os dias, levando o que pode levar, sem conseguir varrer-me esta constante inquietação de ver um homem só a gastar cem mil euros para pagar  o aluguer de um pedaço de terreno para receber os seus convidados, uns 400. Aqui sim uma simulação,( digo simulação,) do ZÉ Telhado! Poderia  repor alguma reflexão entre os desperdícios da opulência e o desnorte desta gente que não conheço e muito menos me magoam. Pensando, nisso sim, nos que vão a caminho das sopas da caridadezinha, sofridos e humilhados, procurando as sobras de um sistema social, injusto e estupido, em parte provocado pela crueldade  do poder dos euros, sempre a cair para o mesmo lado, alguns atravez do honesto trabalho e do seu sucesso, mas outros só são ricos pelas golpadas dos fundos corredores do poder viciado das riqueza, com a faca na liga e nos roubos descarados de alguns, não de todos.
Os ricos, alguns ricos tem as suas desgraças as quais não me dão prazer o seu sofrimento, porque esse não é o meu mundo, aceitando-o na minha meditação que se despreza na banalidade das frases. Sinto  o vento que por mim passa, e tudo leva sem me magoar, como acontece com as folhas mortas das arvores, porque mortas não se ferem, se acabam por cair no fim do seu ciclo de vida.
O que me agita e magoa é outra coisa. Aí  nem uma tempestade me leva a minha convicção, já dórida e vezes sem conta contestada nos milhões dos banqueiros e do Dias Loureiro, tantos loureiros,que acabam por cair, destruindo o equilíbrio da economia que devia servir para construir uma sociedade de menos ricos, sobretudo para meu tranquilo sono, de menos desigualdades sociais, estas sim, as  minhas inquietações. que o vento nunca leva nos meus protestos

2 comentários:

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    1. Das poucas certezas que tenho na vida!
      Quando os dias não começam da melhor forma, quando as coisas não correm como gostaríamos, quando lamentamos o arrastar das decisões há muito tomadas (dentro de nós), quando sentimos que o nosso estado de espírito não condiz com estes dias de verão , há só uma força que nos consegue puxar para cima:
      O núcleo duro dos afectos, o nosso, aquele que está lá sempre, sempre mesmo, aconteça o que acontecer.
      E é graças a estas pessoas bonitas e feitas de sol, as que nos guardam dentro e as que somam certezas connosco, que tudo o resto desaparece, que tudo o mais perde importância....Mesmo não concordando com o mundo lá fora , deixamos o vento levar a tempestade, as coisas menos boas que nos apoquentam no dia a dia. O mundo é feito de pessoas imperfeitas .....Um abraço

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