sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Ainda não roubaram o rádio ao Pópó!

Já aqui falei do Sr. Manuel de Oliveira o modesto cidadão covagalense, que tem no seu rádio a sua única companhia. É vê-lo caminhando pelas ruas da freguesia de S. Pedro sobraçando o seu amigo.Por vezes fica sem ele, porque lho roubam, fica mais só, mas entretanto lá aparece com outro. Tem tido vários.
O Sr. Manuel tem problemas de saúde, de nível neurológico, já que onde quer que seja, faz do chão frio ou aquecido pelo sol, a sua cama por largos minutos, dormindo sono profundo, ao ponto de algumas almas caridosas, lhe puxarem as pernas para cima do passeio, não vá um carro passar-lhe por cima. É nessa altura que os ladrões sem piedade pelo destino do Sr. Manuel, lhe fazem o rapinanço do seu estimado rádio, numa crueldade sem limites.
Não desiste das suas longas barbas e cabelo desalinhado, o que me parece pouco higiénico, afastando ainda mais as pessoas da sua figura andante e suja.
Como "só vejo dinheiro, e tenho ali um grande cliente" pergunto-lhe: - ó Sr.Manuel, mas então não quer cortar esse "matagal ?"
O Sr Manuel de Oliveira não é mal educado, e tem um bom relacionamento com as pessoas, comigo também, de modo que aceita o corte, perdão, a rapadela e a lavagem tão necessárias e que ele nem calcula. Mas penso que se sentirá melhor, até mais fresco e aliviado. Pelo meu lado, depois de lavar e desinfectar lavatório e objectos usados no acto, ao colocar a toalha usada no local da roupa suja, eu penso para mim que também me sinto bem pelo facto de poder fazer isto sem sentir enjoou. Já tenho ouvido criticas desfavoráveis a este meu modo de estar, de pessoas que noutras alturas apregoam a moralidade e a fraternidade. Mas não fico ofendido, nem quero louros.
Sempre existirá aquela questão do ser e o parecer. E o ser ou fazer, é sempre mais gratificante para quem o pratica de livre vontade.

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