terça-feira, 7 de agosto de 2012

Desabafo do verdadeiro, do genuino povo, Somos um país de pobretanas.

Um dia destes, um velho pescador de aspecto caracteristico de quem viveu durante anos debaixo do sol ardente na pesca no mar, em cima da água (como eles dizem) e que ainda continua em actividade, mas agora no rio, no Portinho da Cova Gala
ao lado da Figueira da Foz. Anda na apanha do berbigão, que não é um trabalho fácil de aguentar, e dizia-me ele em geito de desabafo que somos um país de pobretanas; falava enquanto eu lhe aparava o cabelo.
Assim como que conformado com a sua vida, foi acrescentando...- Olhe,sabe, desde que se ganhe uns cobres com os berbigões, já me anímo, porque afinal o que hei-de fazer? É a vida de trabalhador pobre, andei tantos anos no mar e a minha reforma não dá para nada, só em medicamentos para mim e para a mulher, vai quase todo para a farmácia.
Eu ouvia-o com atenção, e senti-me com sorte, um felizardo, por ganhar a vida debaixo das telhas, sem chuva vento ou sol a encomodar-me, mas sinto as razões e os lamentos deste povo corajoso, e aflige-me conhecer de perto como somos um país onde a pobresa se sobrepôs (não de pobretanas) e pior até porque nalguns casos a necessidade faz resvalar para a degradação social, e para a exclusão de muitos portugueses, uma vergonhosa realidade numa democracia de fundações que se queria preocupada com quem sempre ganhou pouco, e infelizmente a tal democracia passa ao lado com calma indiferença, para dar força aos inimigos dela.
E andamos nisto há anos, as queixas tornaram-se habituais e com elas se vai convivendo, numa aceitação fatal do irremediável, mas é tempo para dizer não com a sua( arma) o voto.

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