Recordo o meu espanto pela miséria alvoraçada rua acima e rua abaixo, retratando uma época desesperada, em que o bater das pandeiretas, dos adultos e das crianças anunciavam que era urgente que houvesse comida depois do espectáculo, uma espécie de retrato dos MISERÁVEIS, de Victor Hugo, a obra que conta a história de Jean, condenado a 19 anos de prisão por ter roubado um pão, era assim a trupe que povoava a imagem da fome e da luta pela sua sobrevivência, memórias agarradas ainda ao meu sentir e viver.
Volvidos mais de de 65 anos, o país não tem comparação com aquela época dos humildes comediantes de circo, desprovidos de tudo e com o regime fascista a preferir dar vinho ao povo do que dar-lhe pão e outros meios de progresso.
Hoje a pobreza é inquietante, muito por culpa dos partidos que governaram o pais, e não só; mas ainda nos resta o Banco Alimentar, um bem e mal necessário, que não deveria existir mas sim salários justos e uma vida sem miséria onde todo o ser humano tivesse a dignidade que merece.
Reparo agora como são os circos de hoje. Tenho-os presenciado nos últimos anos com o meu neto Gabriel, e a felicidade que nos porpocionam os palhaços com a sua tremenda força de comunicação artística, a beleza dos gestos e das palavras que nos encantam e ás crianças ainda mais.
Ouço as palavras dos palhaços" feitos homens de soberba, injustas e desumanizadas, com regras de comportamento ambíguas. Falsas porque são ditas e resumidas apenas na fantasia do feliz palhaço, nobre e rico de sentimentos, ao contrário dos que vivem só da aparência do dizer que não sentem, vazio e fugidio, envolvido numa triste maquilhagem verbal e social. Falta-lhes a transparencia e a prática da sua verdade. Deviam apontar o dedo a si mesmos, para depois julgar e ajudar os outros. Sim; ajudar os outros, nem que seja com palavras e o sentido delas com amizade e o respeito que devemos há nossa condição. O mundo está feito assim de jactancia e perdidamente cínico. " Superiores a Reis,(eis os coches que passam,) que vão nus porque vão despindo a roupa emprestada na praça publica", o mesmo é dizer da humildade que não souberam manifestar atravez das suas palavras, que ocasionalmente, as classifiquei," as palavras dos palhaços" meramente circunstancial, como se compreende.
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