quarta-feira, 24 de julho de 2013

Os democrátas que eu conheci em Montemor-o-Velho, muitos deles morreram e não assistiram ao sonho da liberdade de Abril 1974

Recordo-os...Tinham dentro de si a pomba da paz. As suas conversas nos cafés Girão e Mondego,(propriedade de Henrique Baldac, comunista assumido,) sempre em choque com os republicanos, sobre a noção do que é termos liberdade num regime fascista, privilegiavam-me no meu regresso as origens.
Tinha eu pouco mais de 20 anos. Já em Lisboa e conhecedor das manifestações no Rossio e Restauradores, contra o regime Salazarista, nas quais recordo os tiraço e as cavalgadas da policia, levando a multidão a fugir das bestas montadas com botas cardadas.Toda essa vivência me garantiu junto daqueles mentores da liberdade, um privilegiado lugar á mesa do café, sempre que visitava as minhas gentes que as havia deixado por volta dos meus 14 anos
Recordo que não morriam de amores pelos americanos e muitos menos pelos russos, já que naquela altura os dois impérios, qual deles o mais sinistro, invadiam paises  para impor os seus processos políticos e expansionistas. Retinham dentro de si a chama do patriotismo e eu sentia-me um aluno exemplar, junto de montemorenses respeitados pela sua generosa conduta social. Um deles poderia ter feito fortuna no seu negocio farmaceutico, mas preferiu tornar-se solidário com as suas gentes de Montemor, que compravam cinco tostões de álcool e não tinham dinheiro para pagar as receitas
Olhando hoje para os engravatados democratas deste tempo, (podres de ricos,) como posso eu esquecer os valores e os ensinamentos daqueles homens que me aceitaram na sua mesa de café, o fedelho que eu era.


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