sábado, 19 de outubro de 2013

Não fui á manifestação, fui à Barca conviver com o povo da minha infância.

As mensagens do Mário Pardal e da Susana Grou, no sentido de me dar a conhecer esta desfolhada no nosso cantinho da Barca, Casal Novo do Rio, Montemor-o-Velho, levaram-me de novo ás minhas raízes e que sentimentos povoados de recordações com gentes que um dia abandonei e que nunca deixaram de existir na minha formação cívica e racional.
Mulheres e homens com idades dos 80 a 90 anos, as recordações da minha infãncia num lugar que há 73 anos, se habitava na rudeza de uma vida dura e sem horizontes, era a Barca, banhada por um rio Mondego que hoje já não existe no seu caudal límpido e corrente, com as suas cheias imensas, mas restam vestígios de gentes que abracei. e que me saudaram para orgulho meu.
As primeiras fotografias mostram a desfolhada , uma reposição agrícola orientada pelo capaz Fabrício e a Susana Grou, José Simões. A ultima foto o antiquíssimo barracão do sal. Os barcos venciam o rio acima desde a Figueira da Foz, e descarregavam o precioso produto, que era depois comercia lizado pelo Ti. Alberto, que percorria a zona de Montemor, num carro de vacas.
A penúltima fotografia da Ti Olinda , mais de 90 anos de idade, está carregada de memórias no meu Casal Novo do Rio, de onde vim e nunca consegui sair!!!
Trabalhava já na Figueira da Foz, mas aos domingos, visitava sempre o meu cantinho, pois
era já um" empresário," ou seja na barbearia de aldeia.Cortava as barbas a dez tostões  e cabelos a quinze , o que dava a bonita quantia de vinte e cinco tostões, muito dinheiro nessa época, Digam-me cá como posso eu compreender as caganeiras de Adão, de alguns toleirões?
A boa Ti Olinda possuía uma mercearia e ao fim da tarde eu ira pagar a conta que a minha saudosa Mãe Olivia, viúva, fazia durante a semana. Bacalhau, azeite, farinha,açúcar, e depois regressava de novo á Figueira e assim aconteceu durante alguns anos, porque a cidade principiava a ser o meu futuro e a Barca, Casal novo do Rio, a minha identidade social e familiar.
Se não fui á manifestação, percebi mais uma vez que a minha origem social me encheu de naturalidade e o verdadeiro sentido da minha vida, ao não perder o norte dos seus valores que nunca esqueci, as gentes a que pertenço no Casal Novo do Rio, Montemor-o-Velho

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por comentar as minhas ideias.Volte sempre!