Também eu tenho um respeitado anonimo que ligou a sua cassete, mas atenção.
Não tenho o complexo da anti-comunismo, desde que no plano democrático sejam capazes de o respeitar.e estabelecer as suas regras sociais e humanas,Se um dia voltar a ser convidado para os jantares da C.D.U. com os meus amigos comunistas, e se me for permitido vou esclarecer a minha posição nesta matéria, porque um partido que apoia Fidel de Castro, que humilha e reduz os trabalhadores a salários de miséria, roubando-lhes a sua independência de terem sindicatos livres, como por exemplo o roubo de subsídios de natal e férias, por favor não contem comigo para apoiar esta indignidade e desumanidade para os que vivem honradamente do seu trabalho..
Não preciso de ofender ninguém, preciso só de ter a minha liberdade de consciência e dizer com frontalidade que o grande chefe é um miserável explorador, se não me quiserem como companhia, é porque não simplificam os processos fraternais da democracia e da liberdade de expressão, um sentimento de vida que me alimenta o meu caracter.
Ó alminha de Deus, obviamente, qualquer processo histórico tem acertos e erros, sucessos e fracassos.
ResponderExcluirMas será que não houve nenhum sucesso na Cuba revolucionaria, será que tudo esteve mal?
É possível esquecer-se conquistas históricas tais como a alfabetização universal e a enorme expansão do sistema educacional, os avanços em matéria de saúde, a taxa de mortalidade infantil mais reduzida das Américas, o acesso universal à cultura em todas as suas expressões, a segurança social, o internacionalismo como expressão da solidariedade à escala mundial, para não citar senão os mais evidentes?
Poderia dizer-se que estes sucessos já não bastam mas, como é possível que os fracassos ou distorções da revolução, que provocam “a nostalgia, o desencanto, as esperanças perdidas” de uma sociedade possam ser apontados sem que uma palavra seja dita sobre o imperialismo norte-americano e o seu criminoso bloqueio de 55 anos a Cuba?
Sem essa imprescindível referencia qualquer crítica a um processo político concreto desliza para o terreno da denúncia abstracta e, portanto, insanavelmente equivocada em resultado do seu míope unilateralismo.
Assim a Revolução teria fracassado pela inaptidão dos seus dirigentes, Allende teria sido derrubado devido aos erros da sua política económica, Arbenz pela sua imprudência em pretender atacar o saque que a United Fruit perpetrava, Juan Bosch teria sisd deposto pela sua obstinada intransigência face ao império, a Revolução Bolivariana está ameaçada devido à sua incompetência e assim sucessivamente. Desaparecem o processo histórico e o contexto internacional no qual este se desenvolve e que, no caso de Cuba, revela a antiquíssima obsessão norte-americana por se apoderar da Ilha; esfuma-se a luta de classes no plano internacional e o destacado papel que coube a Cuba desempenhar para, por exemplo, tornar possível a derrota do apartheid na África do Sul e dos imperialistas em Angola; e faz-se caso omisso do facto de que a maior potência económica e militar da história se tem obstinado, até ao dia de hoje e com todas as suas forças, em fustigar e sabotar a Revolução Cubana.
Evidentemente que não se pode nem se deve ignorar os factores endógenos causantes - em parte e só em parte - dos problemas denunciados.
Mas um diagnóstico rigoroso deve recriar, no plano da análise, a totalidade do momento histórico onde os factores internos e externos se encontram dialecticamente entrelaçados. Na ausência de uma adequada contextualização o inventário dos erros e das insuficiências da Revolução é incompreensível, uma balbúrdia infernal.
Ó alminha de Deus, fica um conselho e de borla.
Modestamente, a meu ver, que quem não esteja disposto a falar do imperialismo norte-americano deveria remeter-se a um prudente silêncio na hora de emitir opinião sobre a realidade cubana.