terça-feira, 21 de maio de 2013

Simplesmente comovente o programa sobre Àlvaro Cunhal

Os poucos leitores do meu blogue sabem que não acredito no" paraíso" dos governos totalitários do comunismo, enquanto que os da democracia é verificar a ladroagem e o enriquecimento fácil, mas o povo tem a sua culpa ao votar sempre nos mesmos, há que dar um oportunidade a um governo de esquerda mas democrático. Daí e por esta razão poderem julgar-me como
entenderem, (sobretudo os comunistas,) quando hoje garanto que a reportagem sobre a vida de Álvaro Cunhal transmitida na T.V.I. me emocionou pelos valores e sonhos de um homem que acreditava que o modelo marxista serviria os interesses do seu e nosso país, mas nunca se saberá se estaríamos em melhores condições com um governo liderado por comunistas; uma coisa teríamos as prisões cheias de opositores ao regime.
Na minha longa vida é a segunda vez que a teimosia das lágrimas me trai (nestas andanças) fruto da minha sensibilidade. Aconteceu-me ao ver o filme com Salgueiro Maia no 25 de Abril, e foi hoje com esta reportagem sobre a vida e os afectos do convicto comunista, que acabou por sofrer as miseráveis torturas da policia politica ao serviço dos déspotas, na época do governo da direita. Mas também nas ideias da esquerda é francamente notório o ferrete da intransigência. Com a Democracia é diferente, mas na Democracia em toda a acepção da palavra, com respeito por toda a gente, seriedade e outros predicados, e sem as misérias a que todos nós estamos a assistir, e muitos a sofrer.
Amado no seu partido, Álvaro Cunhal era venerado pelo seu carisma,mas também era duro com a sua ideologia, basta recordarmos como enfrentou a rebelião que se abateu no inicio de 1987 dentro do P.C. P.Curiosamente tenho em mãos um livro intitulado Álvaro Cunhal e a Dissidência da Terceira Via, um documento que nos transmite o que foram dentro do partido as "guerras" provenientes das diferenças de opiniões entre alguns membros.
Mas o que importa hoje, no limiar dos seus 100 anos, é falar do homem culto, artista, sério, digno e modesto, que recusou o Volvo que o partido lhe ofereceu, porque dizia que não se atrevia a aparecer em localidades do país, ostentando o luxo de um carro daquele tipo, junto das pessoas que viviam com dificuldades. "Um grande exemplo" não só para os seus camaradas, mas a todos os responsáveis governamentais deste nosso pobre país.Quantos se dizem patriotas, e falam muito, e fazem alarde...
Quem os ouve até acredita, mas, "bem préga Frei Tomáz- olha pró que ele diz, mas não olhes pró que ele faz."
Admirei a faceta privada de Álvaro Cunhal com a sua familia, os seus afectos vividos na intimidade, os seus sacrifícios do exílio longe da irmã que ele adorava; o complemento do homem politico, um convicto comunista do antes quebrar que torcer, colocando o partido acima de tudo, com a convicção de que o comunismo era o melhor dos rumos, para qualquer país, nomeadamente para Portugal.
Morreu velhinho e sem fortuna, rico de cultura e modéstia, pois até para o seu funeral ele pediu simplicidade absoluta.
Assisti em silêncio,  respeitoso até, à reportagem que a T V I lhe dedicou, quanto a mim justíssima, pois os homens honestos não devem ser esquecidos.

 

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