José Alberto Pimentel, natural da Cova Gala, onde nasceu em 1934, sabe quantas broas dá um alqueire de milho, se o pão que o diabo amassou,se iniciou logo aos 14 anos, no rio e na coroa, porque a fome naquele tempo não perdoava, valendo aos putos, o que só acontecia em Outubro, o roubo dos farnéis aos banhistas, considerados naquele tempo, os de "alforge".
Em 1952 José Alberto Pimentel, realiza a primeira viagem com 18 anos, ao bacalhau, no barco Foz do Mondego, continuando depois no Vaso de Ourem e Senhora do Mar.
José Alberto Pimentel, recordou-nos a disciplina fascisante e a prepotência dos capitães, mau grado
para os mais contestatários que acabavam por sofrer na sua cédula, o risco vermelho, o mesmo seria
confirmar-lhes que não voltariam ao bacalhau e ao ganho das suas vidas.
Em certas ocasiões a policia marítima, assumia a sua presença nas chegadas a Lisboa ou na Figueira da Foz, confirmando o castigo num tempo em que os trabalhadores sofriam as piores humilhações
do poderoso patronato, em que Tenreiro, terá sido o maior explorador desta gente que vos apresentamos como exemplares
Em 1972 , as suas tarefas no mar, são agora nas traineiras da Figueira da Foz, mas não se livrou de
um soco do mestre António Toquilha, que o levou a uma serie de tratamentos em Coimbra, face a uma forte lesão nos lábios .
O convite para o visitar em sua casa foi agradável e aceite com prazer, já que o José Alberto, é marido e enfermeiro de sua esposa, praticamente acamada e a reclamar constantemente a sua presença.
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