quarta-feira, 18 de junho de 2014

A corrupção recordou-me Salazar

Nasci para lá do sol posto. Era um meio de gentes que tiveram por companhia, os campos do Mondego, o sol e a lua, que nos iluminava imenso pelos caminhos do lugar, onde chiavam os carros de vacas, carregados dos produtos das terras lavradas e que eram o único sustento das minhas gentes.
Que gentes aquelas!
Faziam dos compromissos e das palavras, uma sentença...Por ali não existiam os juizes deste tempo, porque rudes e francos, tinham o dom da seriedade, convivendo entre si, na taberna do Ti João, alumiada pelo inovador petromax, jogando as cartas e bebendo vinho..
A luz electrica e a água canalizada estavam longe para chegar ao lugar. Parti do meu Casal Novo do Rio, sem ter assistido á sua inauguração.Um dia regressei como sempre acontecia e foi uma festa com a minha saudosa MÃE, porque carregar num botão e ter luz, foi um feliz acontecimento.
Marcado pela honrosa vida campesina, ( já aprendiz na barbearia) assisti na praça da Republica, a cenas violentas da G.N.R, que prendendo os alcoolizados e alguns desordeiros na feira semanal, os empurravam a soco e a pontapé para dentro do calabouço, situado naquela praça em Montemor,
Eu e os putos metia-mos o nariz na porta, logo sacudidos pelos G.N.R, mas deu para ver a espelunca miserável como ficavam presos, não sabendo  o que era um advogado de defesa, porque direitos cívicos não existiam..
Se a G.N. R batia que dizer do professor Teixeira, ainda hoje recordado pela sua bestialidade, fazendo sangue e nodoas negras nos corpos dos alunos.
Foi assim neste caldo violento dos meus 12- 13 anos, que descobri a cidade da Figueira da Foz e mais tarde Lisboa, tornando-me um incontido contestatário ao regime Salazarista e a todo o tipo de violências, conduzindo-me para outros aspectos fundamentais, com base essencial no que entendo o respeito pelas cidadanias.
A tão sonhada democracia do 25 de Abril, a qual devemos  defender, surgiu finalmente, mas com ela surgiram também uma cadeia de individuos que não a merecem, porque desonestos e fora do quadro ético dos seus valores,enriqueceram e burlaram, tragica comedia de figurões. Recordei hoje , lamentavelmente, que o  ditador Salazar, levou para a sepultura. quem sabe? As ceroulas que vestia durante a semana e as botas de cano alto. Porque neste  pormenor de meter a mão nos dinheiros públicos, ao menos valha-nos isso. fazia parte dos homens que eu conheci no meu lugar do Casal Novo do Rio, que não precisavam de juizes, bastavam as palavras em vez das sentenças.dos tribunais.Porem, foi pouco o que Salazar, nos deixou, se tivermos em mente o suicidio de Africa, a terrivel PIDE, o isolamnento e o atraso do país, mas ladrão dos dinheiros publicos, não foi, antes pelo contrário, uma galinha era uma galinha.
numa

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