domingo, 29 de junho de 2014

O silêncio da madrugada e a sua frescura fazem-me bem.

Desde os meus tempos antigos de Montemor (1953) os barbeiros trabalhavam até ás duas da manhã, cortando barbas e cabelos, aos meus conterrâneos, trabalhadores rurais, que regressavam já de noite dos campos do Mondego. Depois de tratar dos animais, é que surgiam nas barbearias na Praça da Republica, onde 5 lojas, os atendiam para receberem no fim do ano, alqueires de milho e feijão, ou então dez tostões por uma barba, se cabelo fosse, vinte e cinco tostões.
Qualquer comparação da profissão do barbeiro da atualidade, com esses tempos. é pura ficção, quase diria que presentemente não temos desemprego neste sector de cabeleireiros de homens e se os meus jovens colegas quiserem trabalhar pelas Vilas. e aldeias, tem o futuro garantido.
Os meus sábados de hoje são diferentes.tenho uma ou duas horas para almoçar,( quando quero encerro ás 13h. uma conquista dos tempos modernos ) com um ou outro amigo, para falar-mos de coisas que nos animam ou pelo contrário de outras que nos arrastam para tristezas imensas e inacreditáveis realidades. Falamos nuito da situação do país, recordamos as pessoas conhecidas e outras que já partiram, somos uns contestatários a favor do bem comum, denunciando as chupadeiras que arruinaram o país. Há!!! falamos de Fidel e de Che, mas aqui ninguém se entende, mas ficamos sempre com vontade de novas reuniões e novas conversas de amizade.
Este sábado não teve os sonhos de antigamente! Teve  dor com noticias que ainda por aqui remoem nesta madrugada silenciosa .percorrendo a varanda e recebendo a sua frescura.. Pretende iludir-me a madrugada, ao trazer consigo o seu silencio que me anima, entretanto...

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