sábado, 19 de março de 2016


UNIDADE, UNIDADE, UNIDADE
Na próxima terça-feira dia 22, cumprem-se 57 anos sobre o primeiro desfile e concentração da população “habanera” frente ao antigo Palácio Presidencial, hoje Museu da Revolução, com o objectivo de apoio às leis revolucionárias, destacando-se das palavras de Fidel no seu discurso improvisado em que dizia: “agora, mais que nunca, é necessária a unidade do povo e que pela primeira vez em Cuba o governo pode dirigir-se aos camponeses e aos trabalhadores em geral como a seus amigos, a seus companheiros, como aos únicos que têm direito a pedir que não fracasse a Revolução”.
Desde aí para cá foram inúmeras as dificuldades e a história, muita ainda por escrever, está repleta de exemplos que reflectem bem que só com o maciço apoio popular tem sido possível dar continuidade à Revolução, fruto da unidade e do espírito de sacrifício de um povo que não se resigna e que sabe bem o que quer para o futuro dos seus filhos. E alguém pode duvidar que sem esse permanente apoio seria possível manter uma Revolução baseada numa democracia participativa de raiz genuinamente popular?
Curiosamente, coincide esta efeméride com o segundo dia da histórica visita de Barack Obama a Cuba, ou seja, do representante de um país em que os seus sucessivos governos tudo fizeram ao longo de mais de meio século para que a Revolução Cubana não triunfasse, utilizando os mais variados meios subversivos, desrespeitando todas as resoluções da Assembleia-geral das Nações Unidas e as normas internacionais.
Mas os tempos são outros e sem ressentimentos o povo cubano saberá perdoar e saberá receber dignamente o casal Obama, com a esperança de que esta visita possa servir para um melhor relacionamento entre os dois governos, independentemente de alguns “fantasmas” que ainda possam pairar no ar, consequência dos muitos anos de costas voltadas e de constantes ataques à soberania e à independência de Cuba.
Entre outras, algumas alterações têm vindo a ser implementadas, como por exemplo a autorização de viagens aéreas directas entre os dois países até 110 voos diários, com a consequente permissão dos cidadãos americanos poderem visitar a Ilha de maneira individual na categoria de “viagens educacionais de povo a povo”, o início do normal serviço diário de correio postal, o intercâmbio comercial, o levantamento das restrições à utilização do dólar em transacções internacionais, bem como a possibilidade de investimentos em Cuba por parte de empresas estado-unidenses.
Como se constata, tudo teria sido muito mais fácil se tivesse havido a coragem que o Presidente Obama tem demonstrado, não se acobardando perante às ameaças dos bandos mafiosos de Miami que o criticam pelas posições que tem tomado e que tentarão desenvolver acções provocatórias durante a sua visita, aproveitando a cobertura mediática a nível mundial que a mesma irá ter, mas que Cuba saberá reagir com a autoridade que lhe assiste na defesa dos seus princípios e da sua segurança interna.

(Celino Cunha Vieira)

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