sábado, 30 de agosto de 2014

O meu cliente voltou e com boas novidades do Lar de S. António, Figueira da Foz.

O Sr Manuel de Oliveira ( o popular Pópó, da Vila de S. Pedro, sempre que vem passar o fim de semana, na casa da sua sobrinha, visita-me com a sua habitual postura, esperando a sua vez para a desejada barbita.
Este homem que dormia pelas ruas da freguesia de S. Pedro, é hoje um individuo equilibrado e com mais saúde,(deixou de beber) só não gosta de um dos 4  companheiros do quarto, que durante a noite não o deixa dormir, devido ao som elevado do rádio, mas vou fazer queixa dele...disse-me.
Ó Sr Olímpio, com aquela voz arrastada...Então quando joga o Benfica, o homem nunca se cala, nem o rádio, mas vai acabar, vou falar com as raparigas.
Sem pretender protagonismo com o meu cliente Manuel, gosto da postura educada deste cidadão desconhecido, faz poesia popular e tem uma caligrafia mais ordenada do que a minha, preocupando-se com a leitura dos jornais.
Ó Sr Olímpio, então já não compra o C.M.?  Tem aqui o Público! Pois é Sr Manuel, agora vou comprar esse jornal, porque um dia destes, vai ser publicada uma reportagem da Vila de S.Pedro e das praias, tenho que estar atento, disse-lhe.
Gostava de a ler quando voltar  ao seu salão, pediu-me...Está bem eu não vou esquecer, prometi-lhe.
O mais extraordinário em mim é que estas pessoas transmitem-me uma doze de simplicidade.Tudo  neles é naturalidade e paz, quem sabe se a dos inocentes.! Mas isso mão importa, são pessoas, caramba, que sentem, vivem, só que a sociedade organiza-se na sua separação social, mas sou eu e tu, que devemos fazer-lhes sentir que essa questão é uma enormidade e que ao partilharmos o nosso relacionamento, por forma amistosa, os inserimos na proximidade e todos somos mais felizes.....
A sobrinha que o apoia, um dia disse-me.
Quando o meu tio lhe quiser pagar um café, o Olímpio, aceite, porque se não aceitar o meu tio, em casa , lamenta-se, ele gosta de lhe pagar o café.
Hoje o meu respeitado cliente, deve ter ficado feliz.
Então Sr Manuel, vai pagar-me um cafezinho ? Vou, vou , com todo o gosto, e lá fomos para a esplanada, onde estavam o Agostinho, o Fernandes e o Tilo, e foi uma festa com este homem arrancado ao desprezo da rua. Agora já não dorme pelo chão frio  da freguesia, mas numa cama com roupa lavada e banhos logo pela manhã e que riqueza para o  Sr. Manuel e contentamento para nós.

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