quinta-feira, 28 de julho de 2016

Há sócios que não são sócios...

A propósito da minha publicação, sobre os textos do João Pita, com leitura da Ana Margarida, Foz Mondego Radio 99.1 valorizando sempre as gentes que fazem programas de cultura, ou outros, no colectivo das nossas terras,como acontece na Vila de São Pedro, com gentes de iniciativas e muito mérito, lembrei-me do saudoso Antônio Curto, em Montemor, muito estimado e popular, veterinário de profissão, que tratava os animais com muito interesse  e respeito por eles.
Tinha o dom da sua graça e fazia da vida uma constante brincadeira com todos, até comigo que lhe cortava a barba .Elevava  o dedo mindinho, com estilo único, quando fumava o seu cigarro, ou a xícara do café, também  o seu chapéu na cabeça, lá estava o dedo mindinho em riste e com risos à sua volta, hirto e com total saliência dos outros dedos.
Tinha um sentido critico sobre tudo e todos, mas não era ordinário ou difamador, nem pensar, era até muito respeitado em Montemor, o saudoso Antônio Curto, pois dava-se com todos. O  que queria era rir e fazer rir. Diziam que era muito entendido com as doença dos animais, vacas, porcos, cabras, enfim, o Ti Curto, tinha boa fama na sua profissão..
Foi muitas vezes a minha casa, consultar os animais, dos meus pais. Recordo-o ao abrir a boca das vacas, com as duas mãos, tendo a cabeça delas, entre as pernas, metendo-lhes vinagre e sal pelas boca das vacas,ainda hoje estou para saber o resultado da receita.
Nada disto é ficção, mas a vida que por mim passou a correr assim. Consta, ainda hoje nos antigos, como eu sou, que numa noite na sede do Montemorense, reparando que numa assembleia havia sócios que estavam em pé, e um ou outro, que não eram sócios, estavam sentados, eis o repentismo do popular  António Curto, em plenos pulmões. Há sócios que são sócios, estão em pé, há sócios que não são sócios, estão sentados, Rematando; o lugar deles é nos bancos da praça, porque gado que não faz estrume fora do curral.
Os bancos da praça, em Montemor, tiveram os piores críticos de uma época(década de 40-60) onde muitos montemorenses que nada faziam pela terra, foram uns noviços linguareiros, ridicularizados no meio, mas isto são fenômenos de todas as épocas  e de todos as terras, que fazem a sua história nos manuais da hilaridade, uns trabalham nas causas colectivas a bem das terras, enquanto outros, transpiram  de nada fazer com a sua pobreza de mentalidade.critica e sem exemplos.

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