sexta-feira, 22 de julho de 2016

O sorriso do José Traçado.(Freguesia de São Pedro)

Idoso e cansado de furtivos sorrisos, muitos deles maldosos e manifestando sentimentos que não tem,
agarro-me a estas restias de esperança da espontaneidade dos sorrisos, qual dom e jeito do SER, de variadíssimas pessoas, entre elas, o Zé Traçado, que partiu hoje da Freguesia de São Pedro, para o cemitério local, onde a eternidade se iniciou com a sua morte.
O Zé Traçado, que frequentava com a sua esposa Alzira Traçado, todos os sábados, o meu salão, deixou-me a tranquilidade  dos sorrisos de criança, que não imitava, mas fazia transparecer no dizer das palavras e nas atitudes, o que se percebia pela franqueza da sua naturalidade.
Depois das 14 horas, já sabia que o recreio se  instalava com palavras soltas e alegres, solidariamente insinuantes, que provocavam imensa hilaridade entre nós.
É pá; estás  fazer um penteado velho á minha mulher .Quando chegar a casa o vento o levou, és mesmo aldrabão, safa.,,, Ria-se ria-a numa agradável e bela tranquilidade, transmitindo um sentimento de amizade e respeito pelo meu trabalho.  Repondo a minha resposta ao Zé, entretanto, pedia à sua esposa . Ó Sra Alzira, por favor não traga o seu marido, não aguento estas provocações, tudo isto num sentido infantil e responsável, a cada um a sua amistosa manifestação.
O Zé Traçado, marcou-me também pela sua seriedade, do homem antigo, que os há na modernidade, mas  ao pagar a conta da mulher, a sua benevolência e a sua  compreensão, sempre fazendo do sorriso a sua alegria de dizer as coisas, atingia a inocência de gentes de bem; foi assim que tens fortuna meu macaco.
Ao despedir-se, deixava a leveza do seu modo de SER. Sorrindo, sorrindo,  dizendo-me..Ó menino, ó menino, dá cumprimentos á tua mulher, temos que dizer alguma coisa para levarmos isto a brincar e a sorrir, já sabes que sou assim.
Ó Zé, vai á fava, dizia-lhe;.Hoje, junto do seu corpo já frio, senti que tinha perdido alguma coisa de mim, com a sua viagem que teve a duração de 3 meses, quantos foram de sofrimento com a morte á muito anunciada.
Até um dia destes  Zé. Vais  ver que não tarda que  nos vamos rir dos que não sabem sorrir de si para os outros, porque ainda não descobriram o  encanto da naturalidade, mas nós vencemos a barreira dos sisudos, não foi ZÉ?

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